Socorro, não estou sentindo nada*

Enfim, mais uma vez chegara ao fim
Essa eterna busca por alguém! Um companheiro, talvez. Alguém para amar sem medos!
Mas, algo era diferente desta vez... Um fim sem dor.
Algo novo para ela, que atravessava um percurso dolorido todas as vezes que o amor lhe dizia não.
Pensava no tempo que esta história se passou... Tão curto! Será que abortou prematuramente?
Mas também não foram assim os outros? Todos tão efêmeros.
Para ela, não sentir a dor parecia pior do que qualquer outra sensação. Teria, enfim, secado? Desacreditado?
Será que o vento de desesperança que parece atingir todos os corações da modernidade, enfim, lhe alcançou? Logo ela que se orgulhava de dizer que nunca desistiria.
Estar só não a fazia mais triste. Sentia falta de estar com alguém, mas ninguém especifico. O desespero de todas as outras vezes havia silenciado.
Apenas havia uma saudade boa... A saudade de uma história que, ha um ano atras estava iniciando, para tão rápido terminar: 60 dias! Os 60 dias mais desesperadores e felizes que tivera. Essa história sim, a deixou destreinada, destroçada, deserta. Lembrou dele com carinho, por mais que ele a tenha feito o mal que fez. Pensou como poderia as coisas serem tão discrepantes: ele, o personagem principal na sua novela amorosa. E ela para ele, o que teria sido? Provavelmente um companhia agradável para o fim da noite, ou um troféu que disputavam e ele, enfim, poderia desfrutar. Ela era dele. Desde a primeira vez que seus olhos repousaram nos dela. Ela ainda é dele. Em maio faz um mês que não trocam palavra. E ela segue sendo dele.
Nesse momento seus olhos ficaram marejados. Respirou fundo. Não é fácil revisitar uma dor. Cutucar o que ela, por meses, sufocou dentro de si. Que tentou afogar em outros corpos, calar em outras bocas, desabafar com telefonemas para outros.
Ela entendera o porque de todas as outras histórias não a tocarem tão profundamente. Em todos os outros procurava ele. Confessou para si mesma que pensava nele todos os dias e que buscava seu corpo em corpos desconhecidos pelo centro da cidade. Bastava perceber um andar parecido, um cabelo meio loiro, e seu estomago parecia sair pela boca. Precisou aceitar o que tentou negar por todo esse tempo...
Ela era dele. Queria ele. Pensava nele.
Pensou em entrar em contato. Lembrou do quanto doeu.
Seguiu adiante. Não queria olhar pra trás.
Mas sabia que aquele rosto seguiria alhe acompanhar diariamente.

Um fim sem dor!

Algo novo pra mim...

Você não

Você não conhece Carpinejar
Nem sabe que ele me conta horrores de verdades suas
no meu pé de ouvido
Você não entende Chico
Nem enxerga nele o que ele diz em mim e de mim
Você não percebe Clarice
Nem dá play na banda mais bonita da cidade
Você não conhece os lugares, os sons, as palavras como eu
Não decodifica da mesma forma!
Nossas estradas se cruzaram pelo mapa
Mas nada as une
Carpinejar, Chico, Clarice...
O teu não a eles só vivifica e concorda com o meu não a ti
Não por preconceito, complexo de superioridade/inferioridade
Apenas pela falha de comunicação
Sorry

Confissões para um ano novo sem você

Ultimo dia do ano...
Na última semana pensei muito em você! Me pergunto se realmente passou...
Lembro de nossos momentos e vejo o teu presente, e estranhamente, não dói mais.
Não, não houve outro amor depois de você! Apenas a ilusão de... Apenas histórias sem pretérito, imperfeitas!
Me pergunto se você sabe o quanto foi amado. O quanto eu me segurava o suficiente pra bancar a cética, mas por dentro me derretia querendo acreditar nas tuas mentiras!
Nunca te disse, mas sonhei em ter um filho com você! Queria que ele tivesse o cabelo cor de mel, igual ao seu! Queria que tivesse sua sobrancelha também! Queria que ele me trouxesse a paz que tu me davas quando estava do meu lado, quando eu cabia inteira em teu abraço, e pra mim, não existia outro lugar onde eu quisesse estar.
Não queria que ele tivesse teus dentes. Nem teu vício de fumar. Nem a tua incrível capacidade de ser indiferente, de mentir docemente.
Se você soubesse, o quanto marcou, a tamanha dor que causou... Três meses completamente fora de mim. Ainda hoje não me basta mais a minha própria companhia.
Você nunca vai saber que eu assumiria tudo, enfrentaria tudo, que eu seria a mãe de todos os teus filhos
Se você quisesse ficar.
Se você quisesse ficar comigo.
Se você quisesse ficar só comigo.

Redemoinho

O que eu sinto
É circular
Gira, gira, gira
Gira sem parar...

As vezes deixo um pouco escapar
Mas o que fica segue enjoando
Segue a enjoar

IRRITADIÇA

supermercado

Poucos sabem, mas os homens possuem uma dispensa secreta!

Um homem nunca admite perder uma mulher que ele acredita que o ama.

Estocam todas elas em pratilheira, na dispensa escura de sua vida.

Vez por outra, abre a porta, e averigua um dos produtos, abre-o, e come um pouco displicentemente, mas nunca completamente. 

Após isto, guarda o produto remexido de volta à pratilheira e fecha a porta.

Cuidado mulheres, para não apodrecerem em dispensas mal assombradas, por não ver a luz do dia, não se permitir ser saboreada por outros paladares, sempre à espera do dono dos produtos da dispensa...